Soberania digital à vista: Polícia reforça sua estratégia de TI!
Especialistas discutirão a soberania digital da polícia no Congresso Europeu da Polícia 2025, em Berlim. Temas principais: dependência, infra-estruturas informáticas e novas iniciativas europeias.
Soberania digital à vista: Polícia reforça sua estratégia de TI!
No Congresso Europeu de Polícia deste ano em Berlim, que ocorreu em 21 de maio de 2025, o foco estava no tema da soberania digital da polícia. Num painel, os especialistas discutiram a dependência das empresas norte-americanas e a necessidade de desenvolver alternativas europeias. Entre os especialistas que discutiram estavam Dr. Stefan Mager, Christian Kuẞ, Tobias Ossenforth e Dirk Kunze, que trataram dos desafios e soluções na área de segurança digital, como Espelho de autoridades relatado.
Uma pesquisa realizada com os participantes descobriu que 60% dos entrevistados associaram a soberania digital ao controle sobre a infraestrutura de dados, software e capacidade jurídica. Mais de 25% dos participantes classificaram a sua própria infraestrutura de TI como “pouco confiável”. Estes resultados mostram a dependência generalizada de soluções proprietárias e de fornecedores de plataformas não europeus.
Necessidades e desafios estratégicos
Christian Kuẞ enfatizou a necessidade estratégica de independência digital a nível europeu e regulamentar. A polícia deve garantir o acesso aos seus próprios dados, sistemas e tecnologias para se proteger dos riscos geopolíticos. Tecnologias importantes neste contexto são a nuvem, a inteligência artificial (IA) e a microeletrônica. Iniciativas como o GAIA-X destinam-se a promover o desenvolvimento de uma infra-estrutura resiliente e a reduzir a dependência das empresas tecnológicas dos EUA.
Uma preocupação central é enfatizar as vantagens das soluções de TI soberanas: menor dependência do fornecedor, maior resiliência contra ataques cibernéticos, bem como maior transparência e menores custos de acompanhamento. Tobias Ossenforth, em particular, apontou os contratos públicos como uma alavanca para reduzir a dependência dos fornecedores dos EUA. Para tanto, ele citou cinco parafusos de ajuste da legislação de compras que permitem uma abordagem diferenciada:
- Markterkundung
- funktionale Leistungsbeschreibungen
- wettbewerbliche Dialoge
- angepasste Zuschlagskriterien
- besondere Vertragsklauseln
Ossenforth também sugeriu a integração de objectivos de soberania no processo de aquisição, como através de um conjunto de ferramentas de cláusula central, um painel de soberania e projectos-piloto utilizando abordagens de código aberto e de fornecedor duplo.
Riscos geopolíticos e condições do quadro jurídico
Os riscos geopolíticos associados à soberania digital não podem ser ignorados. A Lei da Nuvem dos EUA permite o acesso a dados de empresas norte-americanas, mesmo que estejam armazenados na Europa. Um exemplo bem conhecido é o bloqueio da conta de e-mail do procurador-chefe do Tribunal Penal Internacional pela Microsoft por ordem política.
Os participantes do evento avaliam a soberania digital como um objetivo estratégico e como “existencial” para as suas autoridades. Os factores de sucesso da implementação incluem apoio político, orçamento suficiente, alternativas técnicas, critérios práticos e arquitecturas interoperáveis.
A fim de promover o desenvolvimento de soluções soberanas baseadas na nuvem na Europa, procura-se um catálogo vinculativo de requisitos para os fornecedores de nuvem. O objetivo é definir características técnicas, organizacionais e legais e, assim, fornecer orientação para usuários de nuvens públicas e privadas. Além disso, os desenvolvimentos actuais empurram cada vez mais o sector privado para soluções soberanas, tais como PwC relatado.
O Escritório Federal de Segurança da Informação (BSI) poderia desempenhar um papel central em relação à soberania da nuvem. Os regulamentos europeus de cibersegurança existentes, incluindo o NIS 2 e a Lei dos Mercados Digitais, destacam o quadro regulamentar, que poderia, no entanto, ser desenvolvido para incorporar regulamentos específicos da nuvem.