Euro Digital: Chave para a segurança no mundo criptográfico!
Fabio Panetta alerta para os riscos para os investidores no mercado criptográfico e apela ao euro digital como solução para a regulamentação da UE.

Euro Digital: Chave para a segurança no mundo criptográfico!
Fabio Panetta, ex-funcionário do Banco Central Europeu (BCE) e governador do Banco da Itália, destacou a importância de um euro digital. Num recente relatório anual publicado pelo Banco de Itália em 30 de maio, Panetta sublinha que o euro digital representa uma ferramenta essencial para reforçar o controlo sobre os riscos das criptomoedas e garantir a estabilidade financeira na zona euro. Ele explica que é necessário avançar no projeto de moeda digital do banco central (CBDC) para atender à crescente demanda por pagamentos digitais seguros.
Panetta também alertou que a regulamentação das criptomoedas por si só não é suficiente para enfrentar os riscos sistêmicos. Ele vê o euro digital como a chave para resolver estes desafios. Segundo ele, a regulamentação dos Mercados de Criptoativos (MiCA), que entra em vigor no final de 2024, não será suficiente. Segundo Panetta, poucas stablecoins foram emitidas na UE desde que o regulamento entrou em vigor, indicando baixo interesse na emissão de criptoativos na Itália.
Aspectos importantes do regulamento MiCA
O regulamento MiCA visa criar uma regulamentação adequada ao risco e aumentar a proteção dos investidores. Espera-se que muitos dos regulamentos que afetam as criptomoedas referenciadas a ativos e os tokens de dinheiro eletrónico (stablecoins) entrem em vigor em julho de 2024, enquanto a maior parte da regulamentação será aplicável a partir do início de 2025. As autoridades europeias de supervisão, incluindo a Autoridade Federal de Supervisão Financeira (BaFin), estão a preparar atos técnicos regulamentares e de execução, bem como orientações.
É dada especial ênfase à necessidade de os fornecedores de criptoativos fornecerem um white paper contendo informações importantes sobre o emissor e o criptoativo. É necessária autorização explícita para a oferta pública de tokens de moeda eletrónica e tokens referenciados a ativos. Além disso, os prestadores com mais de 15 milhões de utilizadores activos devem ser vistos como prestadores significativos e estão, portanto, sujeitos a uma supervisão reforçada.
Cooperação internacional e segurança para investidores
Panetta destaca que o MiCA oferece alguma proteção aos investidores europeus, mas não contra riscos de plataformas estrangeiras. Apela a uma maior cooperação internacional e sublinha que a UE deve assumir um papel de liderança no estabelecimento de normas regulamentares globais. É importante ressaltar que apenas um euro digital apoiado pelo banco central pode proporcionar a confiança e a funcionalidade necessárias no cenário dos pagamentos digitais.
O regulamento MiCA também define três categorias de criptoativos: tokens de dinheiro eletrônico, tokens referenciados a ativos e tokens utilitários. Criptomoedas comuns como Bitcoin e Ethereum se enquadram neste regulamento, enquanto tokens de segurança e NFTs geralmente não são cobertos. Também é mantida uma “lista negra” na qual são listados os fornecedores que não atendem aos requisitos do MiCA.
No geral, as declarações de Panetta e os desenvolvimentos em torno da regulamentação MiCA mostram que, embora a regulamentação das criptomoedas esteja a fazer progressos, a necessidade de um euro digital e de padrões internacionais fortes está a tornar-se cada vez mais clara.
Para mais informações consulte Cointelégrafo e BaFin.