Verão em pânico: deslizamento de terra causa danos caros e drama nos seguros!
As companhias de seguros rejeitam perdas por catástrofes naturais: um caso de Sommerein e a crescente lacuna de seguros na Europa.
Verão em pânico: deslizamento de terra causa danos caros e drama nos seguros!
O atual programa da ORF “Advogado dos Cidadãos”, moderado por Peter Resetarits, apresenta casos explosivos que destacam os desafios de lidar com desastres naturais e suas consequências. Um exemplo notável é a catástrofe natural na comunidade de Sommerein, na Baixa Áustria. Aqui o solo argiloso está se deslocando muito, o que tem causado rachaduras em diversos prédios residenciais. Os custos de renovação ascendem a centenas de milhares de euros e muitas das propriedades afetadas podem tornar-se inabitáveis. Apesar da tradição na Áustria de fazer seguros contra tais danos, as companhias de seguros recusam-se a cobri-los. Isto se deve a movimentos verticais do solo, que não se enquadram nas definições tradicionais de deslizamentos de terra e, portanto, não são segurados.
Os residentes afetados são forçados a tomar medidas legais contra as companhias de seguros. Uma decisão do Supremo Tribunal estabelece que as seguradoras não têm de pagar pelos danos causados. Esta situação leva a receios de que os residentes de Sommerein possam sair de mãos vazias. Especialistas discutem no estúdio a situação jurídica e possíveis soluções para os afetados.
Crescentes lacunas de seguros
O debate sobre a cobertura de seguros não é novo e os números globais mostram que as perdas de seguros resultantes de catástrofes naturais estão a aumentar rapidamente em todo o mundo. De acordo com um relatório de Diário de Negócios As perdas totais em 2023 foram superiores a 250 mil milhões de dólares, dos quais apenas cerca de 95 mil milhões de dólares foram segurados. Na Europa, os danos totais ascenderam a dez mil milhões de dólares, estando apenas oito mil milhões de dólares segurados.
Isto leva a uma lacuna de seguros cada vez maior. Muitas das pessoas afectadas subestimam os riscos ou renunciam à cobertura do seguro por razões financeiras. Especialmente em áreas de alto risco como a Califórnia, as companhias de seguros estão a retirar-se devido aos prémios elevados. Na Áustria, os efeitos da falta de protecção total dos seguros contra catástrofes naturais são particularmente visíveis, uma vez que muitas pessoas ficam com os danos.
Mudanças legais em perspectiva
Um novo projecto de lei aprovado no ano passado prevê um fundo para catástrofes que poderia compensar danos como o de Sommerein. No entanto, resta saber se este fundo será ativado a tempo de ajudar as pessoas necessitadas. Os Estados têm cada vez mais de intervir, o que representa um fardo adicional para os orçamentos públicos. Estima-se que a diferença entre perdas económicas e perdas seguradas foi superior a 160 mil milhões de dólares no ano passado, sublinhando a urgência dos ajustamentos necessários ao quadro jurídico.
A discussão sobre seguros juridicamente vinculativos contra catástrofes naturais na Áustria está a ganhar força. Os especialistas sublinham a necessidade de estratégias de educação e adaptação, tais como melhores regulamentos de construção e sistemas de alerta precoce. As alterações climáticas, como principal causa do aumento das perdas com seguros, também tornam essenciais as medidas de política climática. O desafio de lidar com novos riscos, como o cibercrime, reflecte-se no facto de menos de 1% das perdas de ataques cibernéticos terem sido seguradas em 2023.
A situação actual em Sommerein e o aumento das perdas com seguros em todo o mundo ilustram a necessidade urgente de cooperação global para eliminar o problema de soluções de seguros sustentáveis.