O Brasil está crescendo: as empresas alemãs dependem de negócios otimistas!
Empresas alemãs reconhecem oportunidades no Brasil: otimismo apesar dos desafios globais antes do Business Days Germano-Brasileiro.

O Brasil está crescendo: as empresas alemãs dependem de negócios otimistas!
A economia alemã está otimista em relação às oportunidades de negócios no Brasil, apesar das incertezas econômicas globais. Numa pesquisa recente envolvendo mais de 4.600 empresas de vários países, mais de 500 empresas sediadas na América do Sul e Central, incluindo mais de 30 no Brasil, relataram expectativas comerciais positivas. Volker Treier, chefe de comércio exterior do DIHK, destaca o potencial do Brasil como mercado de vendas e de investimentos. Isso acontece às vésperas da 41ª Jornada Útil Brasil-Alemanha, que começa no dia 16 de junho em Salvador da Bahia. De acordo com o inquérito, as empresas alemãs da região avaliam, em grande parte, a sua situação empresarial de forma positiva: 46% dizem que estão a fazer bons negócios, enquanto apenas 9% estão numa situação má.
O que é particularmente surpreendente é que 35% das empresas alemãs no Brasil relatam uma boa situação empresarial e 68% esperam uma melhoria no desenvolvimento dos negócios no próximo ano. Apesar dos desafios colocados pelos riscos geopolíticos e pela política tarifária dos EUA, o Brasil traz vantagens através do seu mercado interno robusto e da infra-estrutura bem desenvolvida. 36% das empresas da região planeiam aumentar os seus investimentos. No Brasil, 33% das empresas pretendem aumentar também seus gastos.
Papel da indústria automotiva
Um setor importante para a economia alemã no Brasil é a indústria automotiva, que atualmente passa por uma convulsão. O Brasil é um mercado-chave para os fabricantes europeus. As empresas alemãs têm muitas vezes aqui as suas próprias fábricas há décadas. A Volkswagen informa que o Brasil foi o maior mercado de vendas depois da China e da Alemanha em 2024. A concorrência no mercado automóvel sul-americano está a intensificar-se, especialmente devido ao surgimento de fabricantes chineses de automóveis eléctricos e ao aumento da utilização de biocombustíveis no sector dos transportes.
Os países do Mercosul, que incluem o Brasil, estabeleceram tarifas elevadas sobre as importações de veículos para proteger as indústrias locais. Contudo, procura-se uma liberalização tarifária gradual, com a liberalização total dos motores de combustão planeada dentro de 15 anos. Os fabricantes de automóveis alemães, como a Volkswagen, veem o acordo UE-Mercosul como uma oportunidade, pois deverá aumentar a previsibilidade e a estabilidade do comércio. A Associação da Indústria Automóvel (VDA) saúda o acordo como um passo importante para a indústria exportadora.
Perspectivas e desafios do mercado
Outro programa de incentivo no Brasil é o “Mover”, que atrai investimentos em pesquisa e desenvolvimento. Para empresas que exportam peças automotivas, o Brasil oferece um regime especial que permite a isenção de impostos caso as peças não sejam produzidas localmente. Isto poderia ser particularmente benéfico para os fornecedores alemães de peças automotivas sem produção local.
Apesar das perspectivas positivas, a volatilidade da taxa de câmbio continua a ser um grande desafio para 45% das empresas no Brasil, seguida por uma escassez de trabalhadores qualificados. Além disso, a política comercial protecionista dos EUA impacta negativamente os negócios de cerca de 50% das empresas no Brasil e 59% na América do Sul e Central. Apesar disso, a economia alemã como um todo demonstra notável confiança no desenvolvimento do mercado, o que se deve ao grande potencial que o Brasil oferece.
Através da combinação de avanços tecnológicos, desenvolvimento de negócios promissores e medidas econômicas estratégicas, muitas empresas alemãs veem o Brasil como um mercado com oportunidades significativas de crescimento no futuro.