A Alemanha decide: a justiça social vem antes da liberdade!

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O actual parecer sobre a política económica na Alemanha mostra que a justiça social tem prioridade sobre a liberdade económica.

A Alemanha decide: a justiça social vem antes da liberdade!

Na Alemanha, a justiça social é altamente valorizada pela população, como mostra uma nova pesquisa. Hermann Binkert, chefe do Insa, esclarece os resultados destas pesquisas e os métodos de pesquisa de opinião no seu livro “How Germany Ticks. An Opinion Researcher Unpacks”. De acordo com os inquéritos que apresenta, 58% dos alemães consideram a justiça social mais importante do que a liberdade económica, que apenas 34% dos entrevistados priorizam. Isto demonstra um forte interesse público em questões de política social.

O que é particularmente surpreendente é que quase metade dos jovens entre os 18 e os 29 anos (50%) é a favor da liberdade económica. Esta faixa etária proporciona um contraste interessante com as populações mais velhas, onde a prioridade é a justiça social. Na Alemanha Oriental há também uma necessidade pronunciada de justiça social em comparação com a Alemanha Ocidental.

Influências políticas nas atitudes

A localização política tem uma influência significativa nas opiniões dos eleitores. Uma análise das sondagens mostra que 76% dos eleitores do Die Linke e 69% do SPD se autodenominam “mais socialistas”. 40% dos eleitores da AfD também se veem numa posição semelhante. Em contraste, 57% dos eleitores do FDP identificam-se como “mais capitalistas”. Entre os eleitores da CDU/CSU, a proporção daqueles que se consideram “mais socialistas” ou “mais capitalistas” está distribuída uniformemente.

Além disso, há um número significativo de pessoas que acredita que o Gabinete para a Protecção da Constituição pode ser utilizado de forma abusiva para fins políticos. Aqui são 48% dos entrevistados, com 74% dos eleitores da AfD e 62% dos eleitores do FDP acreditando em tal abuso. Só entre os Verdes existe uma maioria relativa que considera este abuso improvável.

Justiça social e fatores demográficos

As pesquisas também fornecem dados sobre distribuição de renda e questões sociais. Embora 45% dos que ganham menos (rendimento inferior a 1.000 euros) relatem problemas de saúde, o número é de apenas 76% dos que ganham mais (4.000 euros e mais). A solidão também depende fortemente do rendimento: 47% dos que auferem baixos rendimentos expressam medo da solidão, em contraste com 32% dos que auferem rendimentos elevados. Isto destaca as conexões entre renda, saúde e bem-estar social.

Globalmente, a actual investigação de opinião mostra uma imagem clara: a justiça social é preferida pela maioria dos inquiridos na Alemanha, enquanto a liberdade económica é favorecida principalmente pelos homens mais jovens e com rendimentos mais elevados. Estes resultados não reflectem apenas visões sociais, mas também ilustram a complexidade do cenário político na Alemanha. Binkert alerta que os resultados das pesquisas de opinião são muitas vezes questionados prematuramente porque o ambiente social e os algoritmos influenciam a percepção.