Os excedentes de exportação da Alemanha: Para onde vai a reestruturação económica?
A política económica alemã enfrenta desafios: elevados excedentes de exportação, críticas de especialistas e reformas necessárias para uma economia mais interna.
Os excedentes de exportação da Alemanha: Para onde vai a reestruturação económica?
A Alemanha enfrenta desafios significativos na sua política comercial, que se caracterizam pelo aumento dos excedentes de exportação, especialmente com os EUA. Apesar dos sucessos no comércio livre, a Comissão Europeia, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e numerosos economistas expressam duras críticas à política económica alemã. Isto rejeita uma mudança de paradigma urgentemente necessária no sentido de uma maior consideração da economia doméstica. Os lucros das empresas orientadas para a exportação fluem principalmente para os bolsos dos proprietários, enquanto o crescimento do rendimento dos empregados fica aquém da taxa de produtividade e dos aumentos de preços. Isto torna clara uma redistribuição de baixo para cima, com outros países a tornarem-se cada vez mais devedores devido aos excedentes de exportação da Alemanha. A própria Alemanha consome menos do que produz e exporta desemprego para estes países.
No contexto destas condições económicas, houve uma nova escalada devido às medidas de política comercial do governo dos EUA sob Donald Trump. O antigo presidente impôs altas tarifas punitivas às exportações alemãs, especialmente 50% sobre o aço e o alumínio. Estas políticas levaram a uma discussão sobre a necessidade de repensar a dependência dos mercados de exportação, a fim de garantir a localização económica da Alemanha a longo prazo.
Renovação urgente necessária
A política económica alemã enfrenta não só desafios internos, mas também pressões externas que exigem uma transformação no sentido de uma economia doméstica. São necessárias intervenções políticas e um conceito abrangente de planeamento macroeconómico para resolver os problemas estruturais da orientação para as exportações. Parte desta discussão é que a Alemanha deveria importar mais energia fóssil dos EUA, o que aumenta ainda mais a sua dependência dos mercados americanos.
No contexto da ordem económica global, é claro que a política económica de Trump tem efeitos significativos não só para os EUA, mas também para a Alemanha. Ele aposta numa política externa agressiva que se baseia nos interesses económicos dos EUA. Esta estratégia poderá pôr fim à era do comércio livre e dos aumentos tarifários. O próprio Trump não só ameaçou novas tarifas, mas também discutiu a eliminação do imposto sobre o rendimento, o que poderia ter implicações financeiras significativas.
Críticas às abordagens neoliberais
As contradições nas opiniões económicas de Trump são evidentes. Ele não vê a crescente disparidade de rendimentos entre os cidadãos ricos e os cidadãos comuns como um problema e é contra um sistema económico internacional baseado em regras. Em contraste com abordagens neoliberais anteriores, as políticas de Trump mostram sinais de um neoliberalismo nacionalista-autoritário que dirige o Estado como uma empresa imobiliária e, acima de tudo, luta por tamanho e poder.
Nesta situação mista, a necessária reestruturação da economia alemã é ainda mais urgente. Os actuais desafios externos e internos não levantam apenas questões sobre a competitividade, mas também sobre a justiça social na Alemanha. A ordem económica deve reflectir não só as necessidades dos mercados de exportação, mas também as da população local e de toda a comunidade europeia.