Trump vs. UE: o défice comercial dos EUA cai surpreendentemente!
Saiba como as tarifas e os défices comerciais dos EUA sob Trump estão a afectar a economia e a mudar as relações comerciais globais.
Trump vs. UE: o défice comercial dos EUA cai surpreendentemente!
A balança comercial dos EUA registou uma diminuição significativa do défice em Abril de 2023. De acordo com relatórios recentes, o défice caiu para 61,6 mil milhões de dólares, em comparação com 138,3 mil milhões de dólares no mês passado. Isto está bem abaixo das expectativas dos economistas, que previam um défice de 70 mil milhões de dólares. Esta evolução poderá ter sido influenciada, entre outras coisas, pelo aumento da actividade económica antes da introdução de novas tarifas. As importações caíram mais de 16 por cento para 351 mil milhões de dólares em Abril, enquanto as exportações aumentaram três por cento para 289,4 mil milhões de dólares. Estes números pintam um quadro complexo das actuais relações económicas dos EUA.
Outro aspecto importante é o comércio de bens, que apresenta um défice de 87,4 mil milhões de dólares. Em contraste, foi alcançado um excedente comercial em serviços de quase 26 mil milhões de dólares. Isto sugere que os EUA podem ter mais sucesso em determinadas áreas, como os serviços, do que noutras. Além disso, as empresas já tinham armazenado bens antes dos aumentos tarifários anunciados, o que também poderá ter contribuído para a diminuição dos números das importações. O Presidente Trump declarou o dia 2 de Abril como o “Dia da Libertação” e impôs tarifas gerais de 20 por cento, suspendendo essas tarifas durante 90 dias, mas deixando as tarifas básicas em vigor em muitos casos.
Expectativas e efeitos da política aduaneira
A partir de quarta-feira, entrará em vigor uma tarifa adicional de 20% sobre as importações dos EUA provenientes da UE. A Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, propôs o levantamento de todas as tarifas mútuas sobre produtos industriais, mas esta foi rejeitada por Trump. Trump justificou a política tarifária com o objetivo de corrigir desequilíbrios no comércio. Descreveu a balança comercial com a UE como “triste” e disse que os EUA estavam a ser “enganados”.
Em 2024, a Alemanha exportou bens no valor de 161,4 mil milhões de euros para os EUA, enquanto as importações dos EUA provenientes da Alemanha ascenderam a 91,4 mil milhões de euros. O volume de comércio entre os EUA e a Alemanha foi de 252,8 mil milhões de euros. A Alemanha continua, portanto, a ser o maior parceiro comercial dos EUA, com um excedente de exportações de 70 mil milhões de euros, o que explica o défice comercial dos EUA.
Análises e desafios econômicos
Apesar da alarmante aspereza comercial, alguns especialistas económicos, como o professor Tim Büthe, da Universidade Técnica de Munique, não consideram geralmente um défice comercial externo como uma desvantagem. Büthe salienta que os serviços entre os EUA e a Alemanha são difíceis de medir e isso complica ainda mais a balança comercial. Ele também explica que os países estrangeiros que têm excedentes comerciais com os Estados Unidos podem comprar produtos dos EUA ou investir em títulos do governo dos EUA. A elevada procura destas obrigações leva a taxas de juro mais baixas, o que é benéfico para as famílias americanas altamente endividadas.
No entanto, Büthe suspeita que não existe uma estratégia coerente nos planos tarifários de Trump. Ele traça paralelos com uma época do final do século XIX, quando as tarifas eram vistas como uma importante fonte de financiamento. A discussão sobre as estratégias comerciais de Trump e os seus efeitos reais na economia dos EUA continua explosiva e continuará a necessitar de ser acompanhada de perto.